sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ao cair da tarde

E foi pelos olhos dela que ele entrou,
acendeu as luzes
E no peito fez sala de estar.
Os dias foram de sol,
em céu azul,
e nunca chegou
a anoitecer.

Não exagero,
Se assim conto essa história,
assim aconteceu:

Plantou canteiros e canteiros
de adoráveis flores.

Cultuou o hábito
de lavar os cabelos dela,
tirando os nós dos ventos
com toda delicadeza...

Viajaram juntos
Para dentro,  e  para
fora um do outro,
pelo futuro,
Para lugares físicos
ou não.

Uma história de
"para sempre"...
Se fez no imediatismo,
na força do existir
de uma vida com intensidade.

E nas névoas
da madrugada
de uma tarde triste
rompeu-se
o fio..
Ele partiu no barco
de calmas águas,
Precisou soltar as mãos dela.

Ela chorou ao som
dos violinos
das canções de despedida.

Depois limpou o rosto
e voltou pra casa
onde fala dele
como se a qualquer momento
pudesse adentrar
a soleira da porta.



Imagem   Anka Zhuravleva

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