domingo, 27 de novembro de 2011

Vigia menina!!!

Se você vem
Muda o dia
A casa se enche
de alegria
Segunda vira sexta
Temos doces na cesta.
É dom ou magia?
Você traz consigo
A harmonia.
Mas me ponho a reclamar:
Nos concedi sua companhia
em doses de homeopatia?












sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Já vai passar....


O filho do meu afeto
Tem medo de trovões!
Não chore, não..
tu cabes
no meu colo
te beijo
te afago
rostinho
risonho
sereno
que velo
durante seu sono.
Tu cabes em
todos os
lugares
preenchendo
os espaços
que ninguém mais
avistou.









segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gavetas
















Mulher guarda
O homem
O feto
Afeto
A espera
A apreensão
A intuição.

Tantos compartimentos
Tantos sentimentos
E compartilham
Doçura
Amor
E afeição.

São mães
E quando fertéis
transformam
Meninos em homens
Desertos em jardins
Pedregulhos em castelos
As sobras em dobras.

Demovem
Comovem
E vão ganhando
Espaço
No mundo!
E o mundo tem
Melhorado!
Será que o mundo
Está ficando
Afeminado?
Este mundo
Está deveras
Mudado!







Versos ao vento







Estou invisível?
Contorne as linhas dos desencontros
Me ache, me leia e me entenda
Acenda a luz
Alargue os passos
Me procure
E quando passar por mim
Me olhe...
E me olhe
Demore o olhar.
Que eu correspondo
Sem pestanejar!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ipês







                                                                                    
      

                                                                           
 O divino destino das flores,
adornar o chão.
Como se de propósito formassem um tapete
Na espera da chegada de alguém
E esse alguém,
É  qualquer pessoa que resolva passar
As vezes distraída,
As vezes nem aí,
O fato é que elas estão ali,
Para quem quiser contempla- las.
E em seu derradeiro momento
Alimentam a poesia
E quem sabe a alegria
De quem percebe
Nos pequenos detalhes
motivos pra  viver.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Quando o dia terminou


















São corpos
São almas
A procura da calma
Do repouso
Mas habitadas
Por desejos
E loucuras.
Ele
A agarrou pela cintura
Beijou sua nuca
Falou baixou
Falou ofegante.
(esta cena se passa apenas na cabeça dele)
No peito
Explodia
Em ansiedade.
Estourou na boca
Uma pereba,
Stress alto
Imunidade baixa.
(vontade não transposta para a realidade)
Era frágil
Ele não se continha
Ele não a tinha.
(como falar?)
Mas sonhava com ela.
Naquele dia
Passearam de bike
Um longo passeio
Riram,
Disseram muitas
coisas banais,
outras relevântes.
(Casais com afinidades gostam de conversar e
se divertem juntos)
Num dado momento
Ele disse
O que há muito
ensaiará para dizer.
E ela assentiu,
E sem dizer uma palavra
Coroaram suas vontades
Que gravitavam por
algum tempo no ar.
Quando perderam o
Medo de expressar
seus desejos
Afagaram-se
E terminaram o
Dia de mãos dadas
Agora eram
Namorados.
(isso de fato aconteceu)
Não se tratava mais de
Uma cena imaginária
Da cabeça de um
Ou de outro.
E o beijo ficou
Para depois
Quando
A ferida estivesse
Cicatrizada.




domingo, 13 de novembro de 2011

Os beijos que eu não dou, eu guardo




















Vive sempre na sua
Não encontra relevância
Nas dadas circunstâncias
De buscar companhia
Só para não ficar sozinha.

Beijos contemporâneos
São vendidos na feira
Beijos esportivos
Sortidos de vazio
Sem nexo
Sem conexão
Pura banalização
Carência afetiva
Sem saciação.

Pessoas isoladas
Dentros de expectativas
Que nunca serão atendidas.
Não existe perfeição!

A mecânização
De atitudes
Tidas como
Modernas.
Ou seria
Selvageria moderna?
Diversões furtivas
Cativeiro das distrações.

Essa reflexão
Não é
Um discurso
de Moralização,
Mas sim valorização
do ser que ama,
Elos direto
Da conexão
Divina
Na expressão do amor.

Ah o amor!
Esse que aquece a alma
Que ilumina a face
Embeleza o sorriso
E que alimenta o espírito.

O amor traz poesia
Quando correspondido,
Alegria.
E só cultivando
É que permanece.

Nasce de olhares
Do beijo
Do afago
Do calor.
De compatibilidade de ideias.

Este sentimento sublime
Não se encontra com facilidade.
Está por aí, guardado
Dentro de outro alguém
Que pode estar ao seu lado
Ou a sua procura
Para que compatilhem a vida
E beije os beijos guardados.













EXISTIR



Um branco
Um vazio
Ermitão.

Desilusão,
Desilusão
Uma canção
De solidão.

Mas  que ninguém
Se engane
Nem sempre
se trata
de Patologia,
Pode ser também
Uma grande alegria
Se o espaço
É ocupado pela criação.

Ninguém
Nenhum
Nulo
Não-ser
Não existir
Nada -  disseram
É uma palavra
Que aguarda tradução
Preciso entrar na contra mão.

Transgressão
Coragem
Perda do medo
E auto-proteção.

Avançar caminhos
Destituir barreiras
Encontrar solução.

Abrir mão do superflúo
Desapegar
De tudo que é nada
E fazer tudo
Que amenize a destruição.

Pare
Reflita
Faça pouco,
Mas pratique
A mudança em você,
E assim se começa a revolução.

Todos se vão
E a matéria fica
Nada preenche o vazio existencial,
Nada que for material.

Em um mundo pré-humano
Falta amor e solidariedade
E não vale a pena viver
Sem essa integração
Que nos torna inteiros
E preenchidos
Capazes de amar
Sem esperar
Retribuição.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aos contratempos


















Uma taça de vinho e
Brindemos,
Ao que ninguém brindaria:
Aos peitos que não deram leite
Ao ventre que não deu fruto
A lua que não apareceu
E a chuva que pereceu.

Um viva
a moça que não se casou,
Ao negócio que não prosperou.
A casa que desabou
As regras que não vieram
Ao dia que acabou
 e à taça que se quebrou.

Um brinde!
Ao namoro que terminou
E ao pneu que furou
Ao tempo perdido
Ao doido varrido.

Um brinde
Aos contratempos
Aos do contra
Aos idiotas de plantão.
Um brinde pra quem ficou
Na mão.

As boas idéias rejeitadas
Ao bom dia não dado
Ao sorriso guardado.

Um brinde a tudo que
não faz sentido,
Ao mau explicado
E mau acabado.

Mas não esqueça,
Um dia olhe pra trás
E verá que tudo se enlaça,
Tudo se encaixa.
Esteve
Onde era pra estar,
O que não deu  certo
não era pra dar.
Tudo que não alcançou fruição
Terá sido
Uma enorme lição,
Pois tudo tem um lado bom.









terça-feira, 8 de novembro de 2011

O que ela não queria ouvir





Me Desculpe... mas você não é coitadinha! E que miséria ficar com auto-piedade!
Ele errou muito e você perdoou muitas vezes. E se perdoava sabendo que ele não mudaria seus hábitos, por que continuava perdoando? Assuma...queria um controle que não tinha! Queria controla-lo, muda-lo e nisso se feria, se magoava e não recebia de volta o que era capaz de doar. E você se doava muito, a ponto de ficar cansada. Era generosa demais e ele nunca reconheceu.  E Você lutou por reconhecimento, valorização, queria ser amada, eu sei que queria. Fez tudo que pode! Até mesmo deixou de ser quem era. Perdeu seu rosto, seus modos mudaram, suas roupas também....e você deixou de sorrir. E se você não é mais quem foi...quem é você? Você vive na sombra dele. Está amarrada, sufocada e não é amada. Ninguém ama uma criatura sem identidade, nem amor próprio! Ninguém! E te digo: " você também não o ama", é apenas uma obcessão, algo irrealizável do qual não consegue se desapegar e isso não pode ser amor.
Você pode escolher ficar ou seguir. Mas se  ficar continuará cobrando, mendigando afeto até que um dia ele não mais a suporte e a deixe. E aí você vai chorar e dizer o quanto ele é mau caráter e cafajeste e tantos outros adjetivos desqualificativos que normalmente são dirigidos a homens com comportamentos indigestos. Apenas lembre-se que tudo que aconteceu foi com a sua permissão e nesse dia assuma a responsabilidade pela sua vida. Delegar aos outros a responsabilidade sobre a sua própria felicidade é pesado demais e inviável. Começe a viver. A vida é efêmera.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Você é parte de quem?


Quando ele fingi ser outra pessoa,
Ele se parece comigo.
Nos projetamos,
Nos enganamos.
(Por algum tempo)
Não sou a medade dele.
Sou um kiwii inteiro.
E ele, por sua vez,
Um limão pela metade,
Que desconsoladamente
Procura por sua outra parte.
Não eu!
Mas a sua própria metade..

Ele fica vazio
E nada  o preenche.
É...É bem aqui...
(essa sensação)
Mas ele espera algo de fora!

Durante um tempo
Ele achou que eu fosse sua metade.
Mas que grande
E pesada parte!
Carregar essa responsabilidade
De ser a parte de alguém!

Ele se engana
Eu já me enganei
Ele me vê de um jeito
E eu o vejo como é.

Ele fica triste,
Azedo mesmo!
E não percebe
Que a parte que procura
Está inteira dentro de si.

sábado, 5 de novembro de 2011

A cura


Imagem: Anka Zhuravleva

O tempo naquele dia queria marcar sua passagem por contra-gotas. Ela disse: "isso é prisão". Não se sentia bem e uma vontade de fugir dali, invadiu lhe o peito. Chorou por alguns minutos como criança, fez papel de criança, mas não sabia como lidar com a necessidade, que ao mesmo tempo, eram algemas. Estava cansada, o corpo doía, estava realmente frágil, mas não o suficiente para abandonar-se a aceitação. Levantou-se devagar e disse que ia embora e foi. Ela resolveu que diria não a todos os tipos de prisão, sabendo que pagaria um preço pela liberdade.

Diálogo vazio?

-E aí o que achou?
- Sei lá...
- Como assim?!! Sei lá?
- Não me signifiou nada. Não me tocou. Não me mexeu.
-Então é nada...é vazio. Esquece!
-Esquecer o que?
-Nada...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Da janela para o quintal



A casa continua grande, meu quarto pequeno
No jardim, sortidas azaléias recém plantadas
Uma rede na varanda
Um gato que me afaga os pés
A grama é verde
No fundo do quintal jaz um bananal
E em seu lugar arvóres frutíferas,
Ainda vazias,
Porque não é época de colheita.
Eis o tempo de espera
E esperar é difícil.
Se há tempo para tudo
Eis que minha espera não será em vão.
Enquanto espero, rego meu jardim
E de melodia ouço a cantoria
Dos pássaros que passeiam
Em minha janela.




Negação tácita

Estou com coragem de ser sincera!
Estou em dúvida
Não sei do que preciso,
E sei que estou com medo.
Medo do novo,
De perder tempo,
De ser covarde.
Tenho medo de  arrobos!
Ficar com os pés no chão
É tão seguro e confortável.
Não quero perder a liberdade
Não quero isso
Ou aquilo!
Mas "não querer" é a parte
Do meu plano,
Que me faz desconfiar de mim.









quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bunda transcendental


Moldando a forma:
Estica e puxa,
Enche, preenche,
Lipa os culotes,
Estufa o silicone,
Esparrama o umbigo,
Infla os peitos.
Atendendo padrões!
Pois peito caído
Ave-Maria sem graça!
Não tem público na praça
Nova era de mulher sem-graça,
Ou de graça: Maça, morango e melão.
Ah que alegria!
Auto-estima em dia!
Viva o exagero,
Viva o corpo!
E o espírito?
Numa casca
de músculos e botox.

O alimento aqui
É o da bunda
 Três Séries de mil flexões
Se evita fadiga de uma bunda caída.

E livros mesmo,
O lugar é na estante,
Como efeito decorativo.