segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Despersonificação


Para as mudanças do tempo
Um pouco de bom senso
não seria  mal!

 Preencher as lacunas do tempo,
Em excesso,
Deformará o narutal.

 Há quem viva em busca de modismo
E que trava com o tempo uma batalha,
Mas se a medida está correta
Não estica ou petrifica
A cara da moça bonita da revista.

Bom seria,
 se o tempo não levasse  embora a juventude,
Mas  certo é o adeus que ela dá.
Bom seria, se com tempo
todos alcançassem sabedoria.
Alguns a louvam,
E outros a possuem com a idade
 E outros tantos,
 tem mesmo é desinteria mental.

Tudo isso é banal!
Mundo das aparências
Tu não vales  o quanto pensa
És de valor teus títulos,
ainda que guardados em gavetas.

És de valor o que tens guardado no cofre,
Teu nome, se for de tradição.

E assim se segue um vida inteira
No vale caótico das perdições humanas.
Vivem como se fossem eternos
Esquecidos de que certo mesmo
É o destino findável do homem.





Te abraço

Te acolho e te afaguei.
O abraço dado foi terno,
Macio.
De saudade.
Só sente o valor disso
Quem um dia viveu num deserto
Na escassez de afeto.

No abraço,
Eu disse que te entendo
Sem dizer uma palavra,
Talvez você não tenha entendido,
Mas sei que sentiu
A ternura do meu afeto
Que compreende a tua fragilidade
E te faz humano.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O jogo da corda bamba

__Eu fui sincera...eu disse tudo que sentia....que o amava...que...eu disse....(desabafou ela com os olhos marejados)
__ E ele?
(suspiros) silêncio - um trago no cigarro:
__ Ele disse o que pensava : Que "preferia não saber"...que eu acabei com o seu entusiasmo e que jogar assim não tem graça!

Um dia foi plano

Já vou já daqui
Falei que não demorava muito
Tanto que já fiz as malas
Eu sei meu jeito desassossegado
Eu sei das suas manias:
Coisa de quem não se importa.

É que hoje eu descobri uma coisa óbvia
Eu não dependo de você.

Vou já daqui,
E é daqui a pouco,
Indo não volto mais
Nem olho pra trás.

Tanto disse,
E um dia farei!
Não acredita?
Saio agora.
E chove lá fora,
Você diz
Que não é chuva
E sim choro.


Se for mentir pra mim...meu bem! Minta muito bem.  Careço de um pouco de atenção que eu não sei pedir. Preciso de um pouco de ilusão. Acreditar de novo que o comum não é essas máscaras clichês que todo homem usa. Não me venha com o óbvio, respeite a minha inteligência.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Onde mora a perfeição



         Ah que mulher! Galanteavam os homens, quando ela passava faceira e certa de seus encantos. Joana, por essa graça, atendia a moça. Não era a mais bela que já se viu, mas era bela, porque assim se sentia e isso lhe bastava. Era letrada, viajada e independente. Não estava nem aí para padrões disso ou daquilo... não se prendia as convenções da sociedade.  Que moça vivaz, feliz....e como era feliz!!! Seus olhos tinham vida própria, dentro deles moravam duas estrelas que brilhavam na escuridão de seus olhos negros. Despertava amores e inveja. E por isso, de vez enquando era possível ver uma nuvem escura sobre a cabeça dela. Que liberdade tinha essa moça! E  não raras, foram as circunstâncias em que o preço de ser assim, lhe fora cobrado. Era  pessoa de alma limpa, despida de preconceitos, era o que se pode chamar de um ser humano incomum. Mas ela tinha um defeito.... "parecia perfeita", nela morava o drama mitológico de Psiquê. E lamentavelmente, existem poucos homens preparados para uma mulher assim!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Rebeca










Ela não teve tempo de nada!
Veio com um nome sim,
Bonito por sinal.
Nome de moça bem cuidada,
Se não fosse uma menina:
Filha do descaso,
Anônima, sem berço ou infância.
Quem se importa?
Quem lhe deu amor?
E com quanto foi feliz?
Foi Feliz?
Não sei...
Mas tentou.
Era bonita e se via ao contrário.
Era menina:
brincava, sorria e dizia que amava....
Escrevia no muro, na parede..
Desenhava corações.
Ela sabia sorrir
Um riso largo,
Mas escondia o rosto,
Tal qual nuvens que cobrem o sol.
Ora ou outra,
Se via pelas frestas de suas madeixas,
Olhos curiosos e flamejados de meiguices.
Ela tinha coração,
Tinha sentimentos.
Ela tinha sonhos?
Provável,
Tinha a vida inteira pela frente.



Há que se aprender a expressar amor

                  Fernanda, belos olhos grandes de cílios alongados, o que injustamente rendeu-lhe o apelido de "zoio de fusca" . João menino magro e comprido e muito esperto ( chamado de grilo por  Fernanda, em retribuição ao apelido recebido). Luiz coadjuvante na história.
Começa assim....era só uma conversa de meninos, sobre futebol, mas eis que entra uma menina para abelhar e apimentar a história:
Fernanda __:  Estavamos eu e você, no meio do deserto e aparece um dragão. O que você faria?
Luiz __ : Eu fugiria te deixando para trás, o dragão ao te capturar desistiria de mim. - Disse ele sardonicamente.
Fernanda riu também, mas o que ela queria mesmo era cutucar João:
___ O João iria correr atrás do fusca. -  Disse fazendo um referêcia a sim mesma. E ainda completou: __...rsrs....com essas perninhas de grilo...rsrs..
João ouviu isso e não deixou barato, o menino tinha a boca suja. Foram todos para a secretaria.
O "por que" de tudo isso? Eles se gostam  e o tempo todo tentam chamar a atenção um do outro, e a maioria das vezes é brigando.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O que ele precisa aprender

Fale com ela ou não saberá
 o que ela pensa
Ou se ela pensa...
Fale com ela e saberá
Se ainda pensa em você!
Fale! Fale! Fale!
Fale o que sente...

Seja sincero
Por Deus fale :
Que tem sentido a falta dela
Que a saudade o assombra
Que a sombra dela cobre o sol.
Fale tudo!
Não esconda nada
Apenas fale ,
pois ela não tem como saber
E não pode adivinhar.
Fale!
Ela precisa saber
que mexe com você
E que o cheiro dela
Está guardado na memória
das suas sensações.

E se depois de falar
Ela ainda o ignorar
Volte seu olhar 
para a porta
Saia, feche-a
atrás de si.
Tenha orgulho!
Amor próprio!
E não volte
 nunca mais!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O medo e a clausura de Danilo

         Absorto em seus pensamentos, Danilo questionava-se: -  O que há de errado comigo?
Eu explico caro leitor, pois do auto da minha imaginação eu vi :  Ele andava insatisfeito, irrequieto e pensando demais em Roberto. Pois é, ele pensava demais no amigo que encontrava todas terças e quintas para uma partidinha de futebol. E sempre que calhava numa dessas exaustões de auto questões, ele se perguntava: Será que sou gay?
       Rapaz de familia tradicional e religiosa, não teve coragem de responder a sua maior e angustiante questão, e  assim sendo, encaminhou-se para vida sacerdotal.

Nefelibata



Menina pateta, espuleta
Corre sem olhar para os lados
E sempre quebra as ampuletas,
...Derruba o tabuleiro
E corre para o bananal,
Se esconde, se avecha
E espera acalmar o temporal
Das têmporas doloridas
E a boca bem dita
Da dona Benedita.

Menina faceira,
Sardenta, sapeca
Encontra um caminho
Para estar sozinha
E se vai sem sair do lugar
E sem perceber que na sala do tempo
Voa também seu pensamento.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Circunstância inusitada e improvável

       


         Enquanto Vitor aguardava seu amigo, algo lhe chamou a atenção, uma fotografia que posava sobre o piano no canto da sala. Parou os olhos sobre aquele figura delicada, de olhar forte e sorriso tímido. Considerou o olhar e o sorriso da moça um contraponto. Como poderia um olhar tão decidido no mesmo rosto que morava um riso tímido? Os olhos pareciam guarda um segredo que a boca desconhecia. Ele Olhou, olhou e ficou olhando e se perguntando quem seria. Colocou o retrato no lugar e voltou a sentar na poltrona a sua frente. Sentiu-se intrigado e atraido e concluiu que ha tempos não se sentirá assim....com o desejo de saber mais sobre alguém. Nos últimos tempos Vitor tinha vivenciado apenas relacionamentos relâmpagos, desses de uma noite e só. Pra ele isso era moleza, era bonitão, bem sucedido, mas era meio inseguro. Acho que aí se explica sua necessidade de alta rotatividade na vida afetiva. O cara não parava com ninguém! E é possível caro leitor, que o nosso personagem tenha se sentido  meio maluco, com o que fora disperto nele. E ficou ali pensativo, analisando a foto da tal moça, que provavelmente seria irmã ou alguém da familia de Augusto, seu amigo e o dono da casa, que se vestia para sairem em mais uma noite de pura curtição. E só para constar, Vitor sabia que era pura perda de tempo, sendo irmã ou ....de seu amigo...é lógico que estava fora de cogitação. Homem conhece homem....Augusto conhecia Vitor e vice-versa, biscoito do mesmo pacote.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os botões não contarão

__ O marido de Mariana estava com uma zinha...ui!  -  Pensava alto Carolina.
__ E agora? Conto ou não conto? Conto ou não conto? - Repetia ela, várias vezes, a si mesma, andando de um lado para outro da sala. 
__  Que canalha!! Que cachorro...fazer isso com a ...Ela não merecia isso! E agora?!!! Eu vou contar. - Disse indo em direção a porta.
Mas logo titubeou: - ..Será? ...Aiiiiiiiiiiiii ...O que eu faço???
Carolina ficou ali com seus botões, por algumas horas...e  chegou a uma conclusão:
__ Mulher “apaixonada” acredita no marido, que geralmente mente”mal pra caramba”.

Sr. Tempo




Na sala do  Tempo vivem harmonicamente
O Relógio e o Calendário,
Trabalham em sincronia e nunca se cansam.

E o tempo
Que é um senhor,
Possui todas as respostas,
E cura todas as feridas.

O tempo, o Sr. Tempo
É leve e voa
É implacável e passa rápido,
E por todos os lugares,
Apressando o homem
Que não tem tempo e vive cansado.