terça-feira, 27 de novembro de 2012

Quebrado e Quebrantado



Olha,
Vejam só!
Uma peça solta,
De um quebra-cabeça!
Não se encaixa,
Inadequado,
Não se encaixa,
Não  tem forma,
Será guardado,
Dentro da caixa.
Assim, seguiam
dizendo:
Impróprio,
Insano,
Indecente,
é diferente...
E,
Por conta de ser  peça
sem encaixe...
virou,
carta fora do baralho.




sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Guardei sua história


Ela era uma menina, de cabelos vermelhos e tinha medo de poucas coisas, olhos ávidos e meigos  por cima dos livros e dento deles também. Ele era um menino e tinha medo dela...um medo que não se explica.
Ela muitas vezes esperou por ele, mas ele não veio. Mas ela, corajosa,  teve paciência e esperou...
Um dia ele aceitou o convite para o café da manhã e então, aos poucos, ele percebeu que ela não era ameça, e sim, aconchego e paz.
Os tempos foram passando e ele já não tinha medo de voar, e numa manhã de frio em Curitiba, uniram suas vidas, tendo como cenário a geada que cobria a grama verde. Ela linda como uma bailarina...e ele feliz... muito felizes...

domingo, 11 de novembro de 2012

Ando sem poesia
 tecendo flores de cetim
Cuidando de um jardim
Ressequido pelo sol
Ando sem habilidade com as palavras
Ou facilidade no trato social
Ando sem querer andar
Calada e introspectiva
Dentro dentro de meu arsenal.
Eu não tenho
 todo tempo
eu perco
tempo
eu  o vejo
passar...
Nos trilhos quebrados
corre destranbelhado
o ontem
o hoje
e o amanhã.




quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Quem vai seguir?




Chorei,
como a muito não chorava
Todo choro engasgado...                                                
Chorei por ti
Por ter partido
Tão cedo
Assim, desse jeito...






segunda-feira, 24 de setembro de 2012

                                                                                                          

Nunca foi um mimo... 
 feita de força e coragem
 e de medo também.
Dentro de si trazia 
 lampejos de luzes e cores,
 doces sabores e poesia...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Asas para agonia
















Não serão lidos...não serão lidos...não serão lidos..
feitos para não serem vistos, feitos....apenas feitos dos  sentidos.
Que importância isso tem? Se não fará sentido?!!!
Como fazer sentido em um mundo tão "sem pé e sem cabeça"?
Feitos para não serem lidos... continuou a repetir para si mesma.

Se as portas do céu se abrissem pra mim...você leria o que escrevo?
Você leria o que escrevo se eu fosse notícias de jornal?
E seu fosse uma notícia trágica, fatal e sensacionalista?
Se um buraco abrisse abaixo dos meus pés? Talvez?

Ah!!! Poemas, poesias não dão camisas pra ninguém!!!
 O que realmente importa?
Como vai sua sensibilidade? Mudaria algo se eu dissesse que ela
está doente?
 "60 cápsulas de poemas, poesias para o moço aqui"!!!
5ml de dança contemporânea, 30 dias de teatro,
Evite over dose de televisão, 5 gotas homeopáticas de cinema,
mas só os filmes com considerável valor artístico hein?

Ah vocês me julgariam maluca...eu diria malucos são vocês!!!
E cada qual iria para casa, crendo que louco é o  outro.

Estaria enlouquecendo Junto com o mundo? Pensou e assustou-se com essa ideia.

E não pode dormir ...
Era muito pensar para uma cuca só...
perdeu-se de tanto matutar...
Fazia todos os tipos de indagação, apenas em pensamento...
e esse voava longe...
Escreveu um bilhete e colocou na porta da geladeira:

"Jamais esqueça a importância do sentir"

Depois viu a cidade adormecer, 
as luzes foram se apagando
andar por andar
O silêncio tomou conta da noite...
E ela continuou a indagar...
  Sentia-se nadando no vazio..
E acabou por dormir de tão cansada.
O fato é que naquela noite 
adormeceu convicta de que nunca
seria lida....e sonhou essas palavras.

Retrato do cotidiano

Uma senhorinha, já em idade avançada, caminhava apressadamente em passos mancos para alcançar o ônibus, que ameaçava se arrancar, enquanto os passageiros bradavam uníssonos: "espera...espera...espere aquela senhora"...
O motorista empedernido e mau humorado retorquiu: - "Tenho horários a cumprir"..não veio antes porque não quis".."não tenho que esperar"...
A idosa senhora entrou no ônibus e lá do fundão disse em alto e bom som, expressando amavelmente sua gratidão: - "Obrigada motorista por ter me esperado"...Não sabe o bem que me fez"...muito obrigada!


Profilaxia


Varal de contusões
confusões
convulsões
Varal de frivolidades
mágoas 
fragilidades
e desilusões.
Penduro ali
Pegam sol  até esturricar,
se partir,
quebrar,
virar pó
para o vento levar.
E o que o vento
não leva,
vira texto
livre de mofo.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Velho Freud...explicai por nós!



De olho na vida
eu olhei pra você
De olho no livro
olhei pra você
De olho em mim
Você se viu!
E você não foi
bom consigo...

Homosapiens?



É inverno ou verão?
...é inverno....
Ardente
e não é no sertão!

Flores calcinadas,
flores crocantes
ao chão!
Primavera
não veio,
E o verão
Intruso
Está queimando
a vegetação.

Verão
dentro da época
de inverno!
Verão antecipando
primavera ou início do fim
de uma era?


Que desarrumação!

Grita dona Maria:
"É castigo divino!"
Lamenta seu João:
O sol abraça a terra.

E eu cá com meus botões:
"É o homem de torneira aberta
enquanto esfrega as mãos"...



domingo, 16 de setembro de 2012

O mundo vai para o Sertão



Na janela olhos verdes
fora dela,
 a grama seca.

O céu cinza claro  beijando o chão
 contrastando com a fumaça negra
da falta de juízo da população.

Queimam-se folhas secas,
 aquelas que poderiam ser adubo
 para a terra.

O ar está seco,
as flores secas cobrem a calçada
e são varridas com água esguichada
da mangueira.
 Mas que asneira que não acaba!!
Desperdiçam  água
E pensam que ela não acaba?

O calor resseca a areia
e a poeira com o ar quente
 faz das narinas como o solo
Ardente,
rachado do sertão...
e sangra e coça
O nariz
Que num espirro
surdo
 voa embora
o tempo mudo
sem semear
se a chuva não
chegar!
vai-se
Embora o tempo de plantar
findando a possível
colheita.

E vai se embora
o tempo de plantar
e nariz inchado
é só um pequeno mal
perto de
pra onde vai
 esse  novo e velho mundo!




sábado, 15 de setembro de 2012

Soma



3 meninas
Sentadas
Na grama
Verde e macia
Vento refrescante
como cheiro de limão.

3 meninas
1 Borboleta amarela
Poderia ser uma aquarela
Mas,
Aviso: dá  poesia!

Pés descalços na grama
Verde
Risos
Alegria!

Foi-se embora a 
Agonia
No abraço
Salutar,
A dor e o
Cansaço das
Meninas
Que são meninas
e Mulheres!

domingo, 9 de setembro de 2012

Aluada




Tinha a lua na cabeça
A cabeça na lua
Dormia no ponto
Acordava na rua.

Calçava-se de coragem
No entanto
sentia-se nua.

Esquecerá os chinelos
na entrada
pés sem donos
pisavam nos cacos.

E o caos acordava
sempre solicito
avisando que estava
presente
dando bom dia
boa lua
boa noite
e não durma bem.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A cor do som e o táctil gosto das palavras



Essa palavra, era como veludo, fazia carinho dentro de mim
Antes de sair porta a fora!!
E assim eu dizia "querido", quando falava com você
 sobre qualquer coisa.
Sei que em demasia, poderia soar falso e poderia ser...
visto que por tempos, essa palavra tinha um tom de amarelo desbotado na minha boca,
possuiu conotação de "filho de uma puta"...
Mas com você não...
Era porque te queria bem...

Casa vazia



Voltou e não sabia direito
 o que fazer com tempo
que lugares visitar
onde sentar
e nem direito
 onde por as mãos
Estava perdido
Andava cansado
Brincou com os filhos
Mas estava oco
Não queria pensar
Não sabia por onde 
começar
Mas
Estava em casa...



sexta-feira, 27 de julho de 2012

Não faço contas



















Vou ler um livro
Mais um, entre tantos que li.
Fazer yoga
Beber um vinho
Rir
Viajar
Passear por aí.
Conversar com amigos
Até o sol raiar
E sem nenhuma pressa
Esperar você chegar...
Se pensar bem
Isso nem é esperar
É portanto viver
de um jeito
Sereno
Tamar chuva
E não veneno.






sábado, 21 de julho de 2012

Para Pedro : Aos Cuidados de Paulo

   
         Paulo diga a Pedro...sim, porque sei que vocês se falavam e falam sobre mim, pois do contrário não teriam no vocabulário quase as mesmas palavras que contornam as mesmas linhas de pensamento. Diga que sei de tudo!
       Paulo diga a Pedro que apesar de ter me magoado, tenho por ele sentimentos sinceros. Estranho não é? Como é esse sentimento que entra pelos fios e atinge o coração? E como relâmpagos  levam e trazem conversas ditas com o dedos e ouvidas com os olhos!  Por isso não pode  me olhar nos olhos, não poderia me olhar nos olhos..se pudesse  saberia quem sou.
         Paulo, "por que" de Pedro nisso tudo? O que pretendiam com isso? Não, não deixei de ser sua amiga, não me esqueço de sua agradável companhia... e sim.... já  senti inúmeras vezes, vontade de te abraçar.
      Ah! E algumas coisas ditas quando a raiva borbulhava dentro de mim, não leve em consideração, pois estou tentando esquecer tudo que aconteceu.

         Com carinho

                         Ana


quinta-feira, 12 de julho de 2012

O caos

Arrumou a casa
Comprou novos objetos para ela.
Cortou o cabelo,
Zelou do jardim,
E tudo em fim,
Uma boa tentativa!
Era um começo...
Ela tentava arrumar
por fora
o que dentro
não podia dar jeito.
Mas era um começo...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Quando não posso vestir-me de compreensão



Imaginei me vestida com sua blusa amarela,
coberta com o seu cobertor
e calçada com seu sapato.
E ainda assim,
 não me coube
entendê-lo.
Amarelo não me cai bem,
sinto menos frio que você,
e seu sapato é 
demasiadamente grande 
para o meu pé.
Não podendo estar na sua pele
Coube a mim  resignação,
o silencio e o respeito.

domingo, 20 de maio de 2012

Complexo de Julieta


Julieta morre por Romeu
Por ela, ele morre
Ronaldo Romeu não vive 
sem Maria Julieta.
Vivem juntos para sempre
mas não felizes
 ou melhor
"sempre infelizes".

Eles não se toleram
Os dois se ferem

Os dois morrem juntos
Um pouco a cada dia.

Maria ama a vida , Julieta amava o amor
Romeu sussurrava no jardim poesias
Julieta apreciava, Julieta cortejada,
 Julieta apreciável - eis aqui o mito
do amor romântico- acreditavam
que assim seguiriam a vida
Ele ainda não sabia o que é perder alguém
E ela não sabia o que era se perder.
Mas perderam-se dia a dia
Nas frases mal colocadas que cada um dizia
Tornaram-se abstratos e estranhos entre si.

Maria 
Cresceu em um abrigo,
 da luz e da chuva,
mas não do afeto.
Maria se confundiu
Perdeu-se em suas emoções
Julieta também.

É Julieta, toda e qual perde um amor?
Mulheres tende a amar demais
Mas há homens como Julieta.

Julieta está doente
Carece de vontade de vida
Esta carente de amor
Por si e pela vida.
Maria não aprendeu
a amar,
Maria aprendeu a se doar
se doa demais
está exaurida
é explorada e acredita
que pra ser amada
precisa constantemente provar
Ama sem medida,
Perde o equilíbrio
E raramente recebe o que espera
Ambas nem amam a si...

A carência que Maria busca suprir
Vedou os olhos
Agora ela exige amor
E o amor tornou-se impraticável.
Mas isso não é o fim
A vida continua, pelo menos
para Maria
e o aprendizado virá
se ela combater a auto-piedade.

Quanto a Julieta, 
Ela que  amava Romeu,
mas não a si,
perdeu seu rosto
Quando se tornou Romeu
Romeu não suportou conviver
consigo e...
Sem mais demoras...
Todos sabem  final.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um copo de perscepção...por favor!


Você me fez andar alguns dias.
Mas como é andar sem sair do lugar?
O movimento ninguém viu
Aos olhos é permitido ver pouco
Estamos condicionados a não enxergar ou
a ver o que queremos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Umas e Outras e Loucuras a parte

 __"Minha vizinha enlouqueceu" - Uma contou a Outra. A Outra não se aguentou:
  __ O que motivou a loucura?
  __ Ah resolveu morrer, pôs na cabeça que a vida anda sem sentido... que o mundo anda sem sentido...parece que a coitada enlouqueceu mesmo!!!
   __ Que loucura!!!
   __ Pois é...e não é!? Está internada...
De repente Uma sentiu cheiro de algo queimando, saiu correndo deixou a Outra no portão, adentrou a casa e viu que o arroz no fogo queimava. Tentou socorrer o arroz torrado, queimou os dedos e grito louca de dor:
__ Que ódio! Que ódio! Que ódio! Por que fui dar atenção aquela louca no portão?!



domingo, 29 de abril de 2012

Antes de olharmos para fora, olhemos para dentro...

       
           Venho mudando a cada dia um pouco, deixando pra trás o que fui, para nascer como preciso ser, isso por expressão de minha única e exclusiva vontade. Tenho um medo danado do imutável,  "barquinho parado no meio do mar, sem remos, em mar sem ondas". Logo pelo impacto que a imagem me causa, me remeto a ideia do "não movimento" por prazo alongado. A vida é movimento. O movimento, as vezes, é o próprio "parar", tão necessário quanto seguir em frente.  Mas o barquinho perdido no meio do oceano, parece viajar por mares desconhecidos e não sabe encontrar soluções alternativas para  movimentar-se.
         Não quero ser adepta do "não movimento". Há pessoas que vivem nele longos anos, ou até, a vida toda. Vivem com o mesmos discursos, as mesmas manias, e portanto, os mesmos resultados. É possível, que durante um tempo, uma determinada situação permaneça, para que se esgote e ocorra o aprendizado. Acredito que esse  período ainda seja o de movimento, "o movimento de parar", para em seguida dar o próximo passo.
        Se as situações se repetem em nossa vida é porque não aprendemos o que é era necessário ter aprendido. Conflito implica dor, mas o lado saudável disso é que ele se instala para a resolução e crescimento de quem o enfrenta. Mas isso depende da postura de cada um. Uns realmente aprenderão, outros assumiram posição de vitimas da vida e se recolherão a condição de injustiçados.
       É uma luta árdua, uma batalha consigo mesmo, que deve nos tirar de nossa zona de conforto, portanto sofrível. Os passos dados em direção a mudança podem ser lentos, porém contínuos. Ninguém muda de uma vez, é um processo gradativo que implica respeito e amor próprio, porque difícil mesmo é terminar a vida sem ter vivido.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Não sei me expressar?


Quando o que se explica
Se torna inexplicável
Porque não atingirá a beira da compreensão exata,
O propósito muda,
Diante de tantas possibilidades de entendimento
Não fará diferença  quanto ao modo que entender.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Em licença maternidade


Vento brinca com a cortina e encanta o bebê,
 enquanto ela canta para ele:
-"Fica quietinho que o soninho já vem"...
O bebê brinca com a cortina e nada de dormir.
O bebê chora, ela o segura...
o bebê não cai  no sono;
Chora, mama, sorri, brinca, soluça, chora, chora..
Ela brinca com o bebê...ele sorri.
O dia passa, e as brincadeiras que cada um brincou dão vida a vida.
O sol indo embora, ela sorri cansada e feliz.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

SIMPLES SER DEVERIA ISSO



Seu lugar
        QUAL é
No mundo?
                Lugar comum?
Casa,  carro,  cachorro,   gato
criança-marido, filho-esperança.

IDEALIZAÇÕES  se atendidas
Passagens compradas
 Prescrições-sociais atendidas
Dissoluções EMBLEMÁTICAS
REduzidas 
MAS...ao contrario disso
DESTORCIDAS.

RECORRENTES engodos
Dissonantes enredos

FURTIVOS interesses
Jogos de azar
Mas...no mais
O que  querem todos
É Apenas amar.

Qual é seu lugar?
Aqui, aí, ali, lá...
Mera noção espacial
Mundo desigual
Plural de conflitos.

Qual seu lugar
              no mundo?
QUAL
            é?
NÃO É uma busca
FACILMENTE encontrada
tão pouco 
simplificada
COMUNICAÇÃO
truncada
Mundos DISCORDANTES
Interferências caóticas
E ninguém
ENTENDE ninguém.
mas
sEJA como for  
 NO fundo
todos só querem
E precisam  DE
AMOR.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

RETRATO DO COTIDIANO: O indigente da estrada Moema





No bolso um nome? Um cartão? Uma nota?
Não.
No braço um aviso:
“só Deus sabe minha hora”
Muitas balas... e não eram de frutas.
Aqui a realidade -o sentido literal.
No bolso um bilhete com uma única palavra:
AMOR
E na justa falta dele..."O amor" o custo de sua vida.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Somos seres inacabados


                                               (Interior- tela de Pablo Picasso)

       Ah o amor! O amor próprio, não amor narcizista, mas aquele...de tratar-se com carinho, aceitar-se, ser bom e amável , e porque não dizer " melhor amigo de si mesmo?". Sim, amor por si, porque não é fácil amar-se quando o mundo prega o  dever da modéstia e te molesta com  infinitas idéias de que não és bom o suficiente. Então os desajustes entre o ego e o super ego se chocam. Ou te tornas combatente de ti mesmo e do mundo externo, ou te consomes pelo és ou pelo que não és, ou pelo que pensas ou pensam que sois - desarmonia com o universo. E ainda a questão: como amar o próximo se não nos amamos? Como aceitar quem é diferente de nós se não aceitamos nossas próprias insuficiencias? Amando a si, mais fácil amar o próximo.  Esse amor  alimentado em si é antídoto contra ego inflado. Nele há paz e sabedoria. Experimenta-lo exige viver, deixar-se viver, cair, quebrar-se e recomeçar...estamos sempre em construção ou reconstrução no louco experimento vida.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Reações adversas

                                                                                  

  




                                                                                  

 Se disser que não me importo
Não olhar
Parecer arrogante
Indiferente
Serão negações tácitas
Involuntárias
e contrárias ao movimento
e a vontade
de ir.

quinta-feira, 5 de abril de 2012


 

Mundo vazio,
                        nos resignificamos no amor!
                 Só ele salva
                                       justifica
                                                   e eterniza a vida!

De mãos dadas

















Eu o amo...mas o jeito que eu sinto
         é maior do que dizer.
                 E   
Amar é uma viagem,
 Uma
conjunção de corpos,
                 Almas
E caminhos.
Dizer que ama é expressão
           do sagrado
Que acreditei quando criança
ser coisa só de namorado.
             E,
Não sendo fácil definir,
         Eu sinto,
E me sinto salva
            Me sinto leve
Eu sei voar
               Eu sou melhor
Estou segura
                   Estou em paz
Estou em festa.








quinta-feira, 29 de março de 2012

Aerofóbica



Eu corro na chuva
No sol eu morro
Eu bailo no vento
O vento baila a minha saia
Brinca com meus cabelos
E me beija despudorado.

Então sou
Levada pelo vendaval
Aos temperos do céu
Armadilhas da ilusão.

Acordo...e não vivo
O medo me mata.

E quisera eu não ter medo
Da perda do chão
Da desestabilização
Rotação fora do eixo
Da  beira do precipício
E numa queda sem fim
Me jogasse e nunca assim
Encontrasse o chão.

Mas o chão existe
A razão também.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Guarda-te?















As palavras secaram
Onde moram as palavras?
Em que estado de espírito?
Moram no silêncio
Da sua cabeça pensante
Moram na minha ausência
E nos seus motivos
Moram no espaço vago
Que ficou
Pelas palavras simples,
Aguardadas,
E guardadas.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Amputados?

















Ando no vácuo do mundo
Dando murros em pontas
Tentando falar não gritando
E no entando falo em libras
Num mundo de ouvintes
Que não lê  sinais,
Nem signos
Ou simbolos.

Ando falando de
Coisas simples,
De tão simples- complexas:
Não quero vendas nos seus olhos.

Falo de frutos
Colhidos em vários pomares
Imagens apanhadas de muitas terras
que não visitei
De mundos que um dia apalparei
E no entando me concedeu
A epifania do pensamento.

Sinto inegável vontade
De contar afavelmente
No seu ouvido
Coisas que a ignorância não
Entenderia
E de tanto ela tosca,
Me ferroa.

Depois da morte...


Hoje o dia me lembrou  uma época
Um sol de chuva que não virá
O vento daqui cantava igual ao vento de lá,
Numa dinâmica sonora inconfundível.

E se por instantes fechasse os olhos
Me teletransportaria até o ambiente
Que viu aquela história.

Não fechei os olhos por medo
Fantasmas ganham vida no escuro.






















sexta-feira, 9 de março de 2012

Eu moro

Eu moro só

 Eu moro em mim
moro nesse vagão
destranbelhado mundo
Moro na dor
na solidão
na agonia
que não se faz entender
Não tenho
pra onde correr
Moraria em qualquer lugar
eu encaro qualquer olhar
e morro de qualquer ilusão
e deste então
não moro na rua dos
desavisados.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Maestria

Negra, negrinha, mulata quando estava bem, estava ótima e fazia um carnaval só. Isto é, um carnaval sozinha, imaginava luas e sóis e no clarão da sua condição de fértil imaginação sambava a  solidão. Jogava beijos para os ares, sorria e cantava...sambava, cantava, sambava....e botava o tédio pra correr. Os dias eram bons, mas quando não eram, ela deslizava sobre os contornos das contrariedades.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Me empresta seus olhos?

Do  pouco que o menino viu
dos modestos presentes que recebeu
em contentamento
se manifestou!
Mas o que ficou da sua
primeira viagem
foi justamente o espanto
da longa ponte que atravessou.
O rio era grande
pra ele
imenso
 E então
pensou que fosse o mar.
aguardou a travessia
E do outro lado
já muito cansado
 adormeceu extasiado.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Promessas























Vou dançar aquela canção
que só eu e você conhecemos
enquanto na imaginação
carimbo seu lábios
com baton.
Usarei aquele vestido florido
do ultimo verão
farei versos de alegria
esquecerei a nostalgia
bebida ao por do sol.
E quando estiver cansada
me deitarei sobre a
colcha de retalhos
de cores
vibrantes e felizes
estendida sobre a grama
 uma antonímia
do que levo
aqui dentro
e sobre o crepúsculo
versarei saudade.






sábado, 4 de fevereiro de 2012

O lado de fora é a parte insignificante do que se deixa ver





Dia desses parei de escrever
Sei lá o que tinha
Se fora embora a imaginação
Ou se carecia de inspiração.

Não tinha um fio de poesia
Não versei
Não comi
E não dormi.

A harmonia se foi
E gritos histéricos
Ecoavam de algum lugar
Dentro de mim.

Não queria ouvir
Eu não vi
E por isso
Nenhuma palavra teci.

Andei sentindo
Andei vendo
        Andei fora de mim.

E quando voltei
Estavam tecidas
As rendas
Com fios
De dias
que não versei.

Pé ante pé


Quando passar me dê um sinal
Beije meu rosto como a brisa no varal
Sutilmente
Tem que ser assim
Devagarinho
Pisando de macinho
Na grama do meu quintal.

Sou bicho arisco
 bicho solto
No arrozal
Me alimento do silêncio,
Eu ando muito rápido
sofro de inquietude.
Padeço de mãos sonolentas
 cabeça elétrica
Corpo involucro
em carapaça.
Por isso
Chegue bem quietinho
E me faça um carinho
Se deite na rede
Da minha varanda
E repouse comigo
Me salve do perigo
Das minhas indagações 
Das minhas inclinações
E roube a minha solidão.











Ao "outro" de mim


Eu não me importo
Se você
Perdeu a meada
Ou ficou na madrugada
Dormiu de sapatos
E tomou banho de pé de pato
Ou seja lá
Qual foi o seu ato!

Eu não importo!
Com as verdades alheias
Com as suas meias
Ou a etiqueta da sua roupa.

Se andou pelado
No carnaval
Afinal,
É o que se tem
Embaixo da roupa,
E é  bela
Todas as diferenças
Da nudez.

Por que a palidez?

A sua cara
não me importa
Nem a expressão que
Carrega nela.

Me interesso
Pelo que não posse ver
Ou tocar.

Parei de tentar
 não errar
Da licença pra eu perder
a hora
Ou se quiser a linha
A vida é minha!






Linhas guardadas

Não guardo uma linha
O que digo não tem conexão?
Linhas rompidas então!

O que penso ofende
E pensando alto
Resolvi dar linha
Dei muitas palavras
E me deram de ombro
E eu mirei o cotovelo.

Entenda bem
Entenda mal
Entenda como quiser
Porque sobre os outros
me calo
O que falo
 É a meu respeito.

O que penso tem muitos lados
E não entendo porque sempre
O lado escolhido
Não é o lado
Por mim dito.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Um pé de fleuma

Estou plantando minha calma
Chuva calma
Há de germinar
A paz que eu não consigo alcançar.

Alguns a encontram comprando
em caixinhas,
Outros orando
E eu
Apelo para o natural
Plantando no fundo
Do meu quintal
Um pé de maracujá.







quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Aceita um...

___  ...um chá? Um café? Um sorvete? - Ofereceu dona Paciência.
___  É amargo? -  Indagou quem aguardava.
___  Depende de como você encara! Retorquiu ela, com toda pachorra do mundo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Entulhos

Revistas velhas
Movéis inúteis
Pouco espaço
Para tanto guardado.

E assim guarda
O que não precisa mais
A mágoa
Ressentimentos
Desalentos.

O que já não lhe serve guarda
A roupa demodê
Apertada e desgastada.
Não vai ser usada
Nem pra pano de chão.

O cérebro já assimilou
Guardar...guardar...guardar...
E o corpo entendeu
Se deu constipação intestinal.
E o coração não doa
Nada a ninguém.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Sociedade sã?!!!



             Passava na rua uma senhora, por volta dos sessenta anos, trajando vestido colorido e curto, duas tranças no cabelo que adornou com flores, cigarro entre os dedos. O nome dela? Josefa, Zefa preta, Zefa louca...
            Subiu a avenida e aos olhos saltados da dona na janela, gritou:
___ "Você não manda em mim não"! "Quem manda em mim é D(eu)S"!!!
Dito isso, subiu rente e nem para trás olhou.
___ Louca é a mãe! Falou a dona da janela. - A sociedade presume o que não ouve.
                    E quem é a mãe?  Me perguntei. Alguns minutos refletindo, conclui: "são os olhos grandes de todas as janelas".

Grito amordaçado

Eu sei que não está  tudo bem. Andas sem esperanças, sem fé. Estás indómito e teus olhos grandes estão baixos. Andas no inferno e não estaria livre dele em qualquer outro lugar, porque a ferida é profunda. O licor que você bebe é amargo. E eu, se pudesse te daria um pouco de alivio, soltaria suas algemas, secaria teus olhos e te colocaria no meu colo, como um dia foste pequeno e nele coubeste. Você desistiu de sonhar e morreu em vida.  A liberdade que procuras está do lado de dentro. E ninguém, além de ti saberá como encontra-la, porque o percurso é só seu, e não há  um mapa.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Impalpável

___ Assopra aqui...(Disse ela com voz fraca)
___ Onde!??? Indagou o rapaz.
___ Bem aqui...assopre...assopre por favor...dói muito.
 Ele sem entender onde doía, julgo-a louca. Afinal não podia ver  o que a moça indicava. Mais do que depressa ele pegou um táxi, pois estava atrasado, sei lá para quê. E ela pô-se a vomitar, vomitou o coração e com ele nas mãos assoprou...assoprou...assoprou...
Mas o que curou mesmo, a tal moça, não foram os assopros, esses diminuiram a dor. Para a cura, ela contou apenas com o tempo.




O  poeta nem sempre sente
As vezes mente
dizendo tudo que sente
sobre a vida
que não viveu.
O poeta se calça de imaginação
E de todo licor amargo que não bebeu
E manjares que comeu
Desenhando as impressões das linhas da vida.


Aceita um drink? De quê?

__  Garçom uma dose de Amor por favor! Disse um sujeito encostado no balcão.
Enquanto o garçom se virava para atender seu pedido, o mesmo:  Ah garçom...... (faz indicação com o dedo para que o mesmo se aproxime e sussurrando dizendo:
__ Antes me vê uma de coragem...por favor...
O garçom novamente se afasta e o sujeito indeciso:
___ Garçom acho que vou beber o habitual...me serve aí uma dose de medo... por favor!