E foi pelos olhos dela que ele entrou,
acendeu as luzes
E no peito fez sala de estar.
Os dias foram de sol,
em céu azul,
e nunca chegou
a anoitecer.
Não exagero,
Se assim conto essa história,
assim aconteceu:
Plantou canteiros e canteiros
de adoráveis flores.
Cultuou o hábito
de lavar os cabelos dela,
tirando os nós dos ventos
com toda delicadeza...
Viajaram juntos
Para dentro, e para
fora um do outro,
pelo futuro,
Para lugares físicos
ou não.
Uma história de
"para sempre"...
Se fez no imediatismo,
na força do existir
de uma vida com intensidade.
E nas névoas
da madrugada
de uma tarde triste
rompeu-se
o fio..
Ele partiu no barco
de calmas águas,
Precisou soltar as mãos dela.
Ela chorou ao som
dos violinos
das canções de despedida.
Depois limpou o rosto
e voltou pra casa
onde fala dele
como se a qualquer momento
pudesse adentrar
a soleira da porta.
Imagem Anka Zhuravleva