Ando procurando novidades e um jeito simples de dizer coisas. Tarefa difícil num mundo que já tem tudo. No entanto, as coisas estão por aí, soltas aos canais da percepção, aguardando uma nova forma para serem ditas, porque os tempos são outros. Entre, sente-se ou percorra os cantos dessa casa de ilusões com recortes de realidade.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Estreita porta grande
Pode entrar, a casa é sua, seja bem vindo, não repare a mobília.
Aceita um chá, um café, um chocolate?
Não, não precisa devolver, pode ficar no seu estômago, foi de coração.
Deixo as portas abertas, as janelas também!
Entra sol e de vez enquanto passarinhos que entoam liberdade.
Aqui não tem poeira, só guardo fotografias.
A porta é grande, a sala é pequena, com muitas vias de saídas.
E só fica quem for jardineiro ou gostar de cães...
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Sou uma peça, pequena peça nesse imenso quebra-cabeça mundo
quebrado, perdido, solto e fodido.
Minha cabeça pensante que incansavelmente indaga, reformula questões
e cansa de tentar. Sou um grito mudo!
O que digo é óbvio, tão óbvio que não precisava ser dito,
no entanto, em cabeça oca, passeia o vento e em cabeça dura, dura a surdez.
quebrado, perdido, solto e fodido.
Minha cabeça pensante que incansavelmente indaga, reformula questões
e cansa de tentar. Sou um grito mudo!
O que digo é óbvio, tão óbvio que não precisava ser dito,
no entanto, em cabeça oca, passeia o vento e em cabeça dura, dura a surdez.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Vinho tinto
música suave
dança marcada
vestes macias
rosto lavado
cabelo desgrenhado
lua fria
verão cinzento
bilhetes guardados
nas gavetas das coxias
cena quebrada
num rompante
visceral!
Quantas coisas cabem?
Quantas são quinquilharias?
Com quantas você ainda se importa
de
todas as guardadas
em sua caixinha surreal?
música suave
dança marcada
vestes macias
rosto lavado
cabelo desgrenhado
lua fria
verão cinzento
bilhetes guardados
nas gavetas das coxias
cena quebrada
num rompante
visceral!
Quantas coisas cabem?
Quantas são quinquilharias?
Com quantas você ainda se importa
de
todas as guardadas
em sua caixinha surreal?
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Estático, frio e deserto
Um alambrado,
Véu entre dispares mundos.
fixei meu rosto ali
e chamei por ti.
Nesse "Ontem e nessas circunstâncias",
vi teus cabelos finos,
ralos e brancos.
Te avistei através do alambrado,
num campo verde,
parecido com o que temos aqui perto de casa.
Lá estava você, de perfil
Não sei o que você olhava
Mas parecia aborrecido.
Lá estava você atrás do alambrado,
minutos antes do despertador soar.
Minutos antes estávamos você e eu,
antes do tempo nos interromper.
Tempos depois
da vida se romper.
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