segunda-feira, 24 de setembro de 2012

                                                                                                          

Nunca foi um mimo... 
 feita de força e coragem
 e de medo também.
Dentro de si trazia 
 lampejos de luzes e cores,
 doces sabores e poesia...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Asas para agonia
















Não serão lidos...não serão lidos...não serão lidos..
feitos para não serem vistos, feitos....apenas feitos dos  sentidos.
Que importância isso tem? Se não fará sentido?!!!
Como fazer sentido em um mundo tão "sem pé e sem cabeça"?
Feitos para não serem lidos... continuou a repetir para si mesma.

Se as portas do céu se abrissem pra mim...você leria o que escrevo?
Você leria o que escrevo se eu fosse notícias de jornal?
E seu fosse uma notícia trágica, fatal e sensacionalista?
Se um buraco abrisse abaixo dos meus pés? Talvez?

Ah!!! Poemas, poesias não dão camisas pra ninguém!!!
 O que realmente importa?
Como vai sua sensibilidade? Mudaria algo se eu dissesse que ela
está doente?
 "60 cápsulas de poemas, poesias para o moço aqui"!!!
5ml de dança contemporânea, 30 dias de teatro,
Evite over dose de televisão, 5 gotas homeopáticas de cinema,
mas só os filmes com considerável valor artístico hein?

Ah vocês me julgariam maluca...eu diria malucos são vocês!!!
E cada qual iria para casa, crendo que louco é o  outro.

Estaria enlouquecendo Junto com o mundo? Pensou e assustou-se com essa ideia.

E não pode dormir ...
Era muito pensar para uma cuca só...
perdeu-se de tanto matutar...
Fazia todos os tipos de indagação, apenas em pensamento...
e esse voava longe...
Escreveu um bilhete e colocou na porta da geladeira:

"Jamais esqueça a importância do sentir"

Depois viu a cidade adormecer, 
as luzes foram se apagando
andar por andar
O silêncio tomou conta da noite...
E ela continuou a indagar...
  Sentia-se nadando no vazio..
E acabou por dormir de tão cansada.
O fato é que naquela noite 
adormeceu convicta de que nunca
seria lida....e sonhou essas palavras.

Retrato do cotidiano

Uma senhorinha, já em idade avançada, caminhava apressadamente em passos mancos para alcançar o ônibus, que ameaçava se arrancar, enquanto os passageiros bradavam uníssonos: "espera...espera...espere aquela senhora"...
O motorista empedernido e mau humorado retorquiu: - "Tenho horários a cumprir"..não veio antes porque não quis".."não tenho que esperar"...
A idosa senhora entrou no ônibus e lá do fundão disse em alto e bom som, expressando amavelmente sua gratidão: - "Obrigada motorista por ter me esperado"...Não sabe o bem que me fez"...muito obrigada!


Profilaxia


Varal de contusões
confusões
convulsões
Varal de frivolidades
mágoas 
fragilidades
e desilusões.
Penduro ali
Pegam sol  até esturricar,
se partir,
quebrar,
virar pó
para o vento levar.
E o que o vento
não leva,
vira texto
livre de mofo.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Velho Freud...explicai por nós!



De olho na vida
eu olhei pra você
De olho no livro
olhei pra você
De olho em mim
Você se viu!
E você não foi
bom consigo...

Homosapiens?



É inverno ou verão?
...é inverno....
Ardente
e não é no sertão!

Flores calcinadas,
flores crocantes
ao chão!
Primavera
não veio,
E o verão
Intruso
Está queimando
a vegetação.

Verão
dentro da época
de inverno!
Verão antecipando
primavera ou início do fim
de uma era?


Que desarrumação!

Grita dona Maria:
"É castigo divino!"
Lamenta seu João:
O sol abraça a terra.

E eu cá com meus botões:
"É o homem de torneira aberta
enquanto esfrega as mãos"...



domingo, 16 de setembro de 2012

O mundo vai para o Sertão



Na janela olhos verdes
fora dela,
 a grama seca.

O céu cinza claro  beijando o chão
 contrastando com a fumaça negra
da falta de juízo da população.

Queimam-se folhas secas,
 aquelas que poderiam ser adubo
 para a terra.

O ar está seco,
as flores secas cobrem a calçada
e são varridas com água esguichada
da mangueira.
 Mas que asneira que não acaba!!
Desperdiçam  água
E pensam que ela não acaba?

O calor resseca a areia
e a poeira com o ar quente
 faz das narinas como o solo
Ardente,
rachado do sertão...
e sangra e coça
O nariz
Que num espirro
surdo
 voa embora
o tempo mudo
sem semear
se a chuva não
chegar!
vai-se
Embora o tempo de plantar
findando a possível
colheita.

E vai se embora
o tempo de plantar
e nariz inchado
é só um pequeno mal
perto de
pra onde vai
 esse  novo e velho mundo!




sábado, 15 de setembro de 2012

Soma



3 meninas
Sentadas
Na grama
Verde e macia
Vento refrescante
como cheiro de limão.

3 meninas
1 Borboleta amarela
Poderia ser uma aquarela
Mas,
Aviso: dá  poesia!

Pés descalços na grama
Verde
Risos
Alegria!

Foi-se embora a 
Agonia
No abraço
Salutar,
A dor e o
Cansaço das
Meninas
Que são meninas
e Mulheres!

domingo, 9 de setembro de 2012

Aluada




Tinha a lua na cabeça
A cabeça na lua
Dormia no ponto
Acordava na rua.

Calçava-se de coragem
No entanto
sentia-se nua.

Esquecerá os chinelos
na entrada
pés sem donos
pisavam nos cacos.

E o caos acordava
sempre solicito
avisando que estava
presente
dando bom dia
boa lua
boa noite
e não durma bem.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A cor do som e o táctil gosto das palavras



Essa palavra, era como veludo, fazia carinho dentro de mim
Antes de sair porta a fora!!
E assim eu dizia "querido", quando falava com você
 sobre qualquer coisa.
Sei que em demasia, poderia soar falso e poderia ser...
visto que por tempos, essa palavra tinha um tom de amarelo desbotado na minha boca,
possuiu conotação de "filho de uma puta"...
Mas com você não...
Era porque te queria bem...

Casa vazia



Voltou e não sabia direito
 o que fazer com tempo
que lugares visitar
onde sentar
e nem direito
 onde por as mãos
Estava perdido
Andava cansado
Brincou com os filhos
Mas estava oco
Não queria pensar
Não sabia por onde 
começar
Mas
Estava em casa...